Treinamento em Habilidades Sociais - aspectos teóricos e de avaliação IHS


[RESUMO]


Habilidades Sociais no processo de ensino-aprendizagem


Entende-se que a compreensão do processo de ensino-aprendizagem não pode prescindir de análises que considerem as características dos professores e dos alunos (inteligência, motivação, crenças, aspectos afetivos, rendimento acadêmico, formação profissional, habilidades sociais educativas, entre outros) e do contexto imediato em que se dá esse processo (condições econômicas e físicas da escola, estrutura e funcionamento, ambiente de sala de aula, relação pedagógica etc), nem do conjunto de condições mais amplas, como a filosofia da educação, a política educacional, a qualidade da formação de professores. A consideração simultânea desses conjuntos de relações na análise do processo de ensino-aprendizagem constitui a base de uma visão sistêmica sobre a educação e escola.
Aplicado à compreensão do comportamento, o modelo sistêmico contrapõe-se às explicações lineares baseadas exclusivamente em aspectos intrapsíquicos ou eventos imediatos, buscando abarcar a complexidade do contexto mais amplo no qual ele ocorre. Aí também estariam incluídas as variáveis internas do indivíduo, porém vistas como resultado de processos de interação com o ambiente.
Um sistema deve ser necessariamente entendido como um conjunto de componentes interdependentes que possuem uma dinâmica própria. Os sistemas funcionam de modo integrado, com os subsistemas influenciando-se reciprocamente, em movimentos que buscam manter o equilíbrio (homeostase) a cada desequilíbrio. A partir de intervenções específicas, em um dado subsistema, novas mudanças (desequilíbrios) podem ocorrer, permitindo que todo o sistema se reorganize e adquira um funcionamento qualitativamente mais avançado. As mudanças percebidas na totalidade ocorreriam porque os sistemas têm pontos críticos de ligação entre suas estruturas – os “pontos de alavancagem”, que ao serem mobilizados gerariam efeitos em outras ou em todo sistema. A abordagem sistêmica reconhece, portanto, a existência de níveis intermediários de análise e intervenção, valorizados por suas articulações com outros subsistemas componentes e com o sistema mais amplo.
Uma importante implicação da abordagem sistêmica do processo ensino-aprendizagem é a de questionar explicações parcializantes, que se restringem a um determinado subsistema (por exemplo, o professor ou o aluno) podem produzir estigmatização de alunos e professores, bem como a patologização das dificuldades de aprendizagem e do insucesso acadêmico. As explicações genéricas, que atribuem o problema ao sistema mais amplo, podem gerar uma atitude paralisante, que desvaloriza quaisquer tentativas de intervenção local, independente de suas repercussões potenciais, esperando ad infinitum que mudanças estruturais mais amplas ocorram.
Um ponto de alavancagem importante na análise e intervenção sobre sistemas educacionais pode ser situado nas relações interpessoais no processo ensino-aprendizagem, e pode-se definir como nuclear e básica a relação professor-aluno, podendo-se considerá-la como um possível ponto de alavancagem para outras mudanças.
As atuais concepções acerca do significado da ação de ensinar vêm superando a noção de transmissão de conhecimentos que supunha um aluno passivo, redefinindo-se como uma tarefa complexa que envolve orientar, promover e mediar o desenvolvimento de novas capacidades intelectuais e sócio-emocionais, necessárias à aprendizagem dos diferentes conteúdos curriculares e ao desenvolvimento mais geral desse aluno. Essa tarefa amplia a antiga ênfase no conteúdo a ser ensinado, para incluir novos objetivos e resultados que dependem, em última instância, das características e da qualidade das relações professor-aluno. O subsistema composto pelas relações professor-aluno pode ainda ser subdividido em pelo menos três outros: o professor, o aluno e a relação propriamente dita entre eles, entendendo-se essa relação como um processo que envolve dependência e interdependência de comportamentos, que ao longo do tempo afetam e são afetadas pelas variáveis cognitivas e afetivas de cada um dos integrantes da relação e pelas variáveis do contexto em que vivem.
As variáveis cognitivas e afetivas do professor e do aluno afetam, portanto, essa relação e incluem crenças, motivações, sentimentos e habilidades.
Efetivamente, pesquisas têm mostrado que as crenças, sentimentos, motivações e habilidades influenciam e são influenciadas por suas ações e interações educativas junto aos alunos, bem como pelos resultados em termos de rendimento acadêmico e desenvolvimento cognitivo e emocional desses alunos. No outro pólo, o aluno é também um complexo de sentimentos, motivações e crenças que afetam seu próprio rendimento escolar e podem estar associados de diferentes maneiras, às ações do professor.
Existem diversos modelos teóricos que buscam compreender as relações interpessoais e um deles é o campo teórico-prático do Treinamento de Habilidades Sociais.
O termo habilidades sociais é entendido como o conjunto dos desempenhos disponíveis no repertório do indivíduo, enquanto que o de competência social refere-se à capacidade do indivíduo apresentar desempenhos, que articulando pensamento, sentimento e ação, garantem a realização dos objetivos de uma situação interpessoal, a manutenção e a melhora da auto-estima e da relação com o interlocutor, o exercício e a defesa dos direitos humanos socialmente estabelecidos e o equilíbrio nas relações de poder.
A análise das habilidades sociais e da competência social nos desempenhos interpessoais deve necessariamente levar em consideração três importantes dimensões: a pessoal, a situacional e a cultural. A dimensão pessoal refere-se aos componentes comportamentais (fazer/responder perguntas, pedir/dar feedback, fazer pedidos, elogiar, recusar etc), cognitivo-afetivos (conhecimentos prévios, autoconceito, objetivos e valores pessoais, empatia, resolução de problemas, auto-instrução, auto-observação etc) e fisiológicos (taxa cardíaca, respiração) do desempenho social. As características dos interlocutores e das demandas do contexto onde ocorre o desempenho interpessoal (com o reconhecimento de que diferentes situações criam demandas sociais diferenciadas) compõem a dimensão situacional das habilidades sociais. A dimensão cultural destaca o papel fundamental que as normas, valores e regras das diferentes culturas exercem sobre o desempenho social.


IHS - DES PRETTE: Inventário de Habilidades Sociais


Habilidades Sociais como Objeto de Avaliação

A importância de avaliar o repertório de habilidades sociais se justifica amplamente dada sua relação com a saúde, a satisfação pessoal, a realização profissional e a qualidade de vida. Por isso mesmo, pode constituir um dos focos de uma intervenção educativa ou terapêutica, cuja eficiência e eficácia devem ser aferidas por instrumentos construídos a partir de pesquisas de validação. Com essa preocupação o Inventário de Habilidades Sociais, elaborado por Zilda A. P Del Prette e Almir Del Prette, foi objeto de vários estudos que permitem, hoje, tomá-lo como um instrumento válido, fidedigno e confiável. Esses estudos situam-se no campo teórico-prático do Treinamento de Habilidades Sociais.

Habilidades sociais: saúde, qualidade de vida e realização profissional
A avaliação das habilidades sociais vem, nos últimos anos, representando objeto de interesse crescente entre terapeutas, educadores, executivos, empresários e público em geral. As pesquisas no campo do THS têm mostrado que as pessoas socialmente competentes tendem a apresentar relações pessoais e profissionais mais produtivas, satisfatórias e duradouras, além de melhor saúde física e mental e bom funcionamento psicológico. Por outro lado, os déficits em habilidades sociais estão geralmente associados a dificuldades e conflitos na relação com outras pessoas, à pior qualidade de vida e a diversos tipos de transtornos psicológicos.
Os novos paradigmas organizacionais têm priorizado processos de trabalho que remetem diretamente à natureza e qualidade das relações interpessoais, a valorização do trabalho em equipe, a intuição, a criatividade e a autonomia na tomada de decisões, o estabelecimento de canais não formais de comunicação como complemento aos formais, o reconhecimento da importância da qualidade de vida e a preocupação com a auto-estima e com o ambiente e cultura organizacionais.
Esse panorama vem exigindo mais e mais a competência social na medida em que imprime novas demandas interpessoais no contexto de trabalho para as habilidades como as de coordenação de grupos, liderança de equipe, manejo de estresse e de conflitos interpessoais e intergrupais, organização de tarefas, resolução de problemas e tomada de decisões, promoção da criatividade do grupo, etc.

Conceitos básicos na avaliação das habilidades sociais
O domínio de alguns conceitos básicos do campo do THS é importante na compreensão dos significados e implicações da avaliação das habilidades sociais.
Qualquer comportamento ou seqüência de comportamentos que ocorre em uma situação social é considerado um desempenho social. Este pode ser caracterizado como socialmente competente ou não. A competência social é um atributo avaliativo desse desempenho, que depende de sua funcionalidade e da coerência com os pensamentos e sentimentos do indivíduo. As habilidades sociais são aquelas classes de comportamentos existentes no repertório do indivíduo que compõem um desempenho socialmente competente.
Muitas vezes, uma pessoa possui as habilidades em seu repertório, mas não as utiliza em várias situações por diversas razoes, entre as quais a ansiedade, as crenças errôneas e a dificuldade de leitura dos sinais do ambiente. Na dinâmica das interações, as habilidades sociais fazem parte dos componentes de um desempenho social competente. A competência social qualifica, portanto, a proficiência de um desempenho e se refere à capacidade do indivíduo de organizar pensamentos, sentimentos e ações em função de seus objetivos e valores articulando-os às demandas imediatas e mediatas do ambiente.
A assertividade é uma das principais subclasses de desempenho socialmente competente e pode ser definida como o exercício dos próprios direitos e a expressão de qualquer sentimento, com controle da ansiedade e sem ferir os direitos do outro. Essa classe de habilidades se refere àqueles desempenhos em situações que envolvem risco de conseqüências aversivas e costumam eliciar alta ansiedade, podendo portanto, ser caracterizadas como reações de enfrentamento.
O desempenho socialmente competente é aquele que expressa uma leitura adequada do ambiente social, ou seja, decodifica corretamente os desempenhos esperados, valorizados e efetivos para o indivíduo em sua relação com os demais. É possível atribuir competência social aos desempenhos interpessoais que atendam aos seguintes critérios de:
a) consecução dos objetivos da interação;
b) manutenção ou melhora da auto-estima;
c) manutenção e/ou melhora da qualidade da relação;
d) maior equilíbrio de ganhos e perdas entre os parceiros da interação;
e) respeito e ampliação dos direitos humanos básicos.
Embora todos esses critérios não sejam usualmente atendidos em uma mesma situação, pode-se afirmar que quanto mais deles são atendidos simultaneamente, maior competência social pode ser atribuída ao indivíduo.
Alem das reações assertivas de enfrentamento, um repertório altamente elaborado de habilidades sociais precisa incluir um conjunto de outras classes de comportamentos que vêm sendo referidas na literatura e abordadas em programas de treinamento nessa área. Uma proposta de organização das principais classes e subclasses de habilidades sociais, que pode orientar a avaliação e a promoção da competência social, foi recentemente apresentada (Del Prette & Del Prette, 2001):
HS de comunicação: fazer e responder perguntas, pedir feedback, gratificar/elogiar, dar feedback, iniciar, manter e encerrar conversação;
HS de civilidade: dizer por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar, despedir-se;
HS assertivas, direito e cidadania: manifestar opinião, concordar, discordar, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir com autoridade, estabelecer relacionamento afetivo e/ou sexual, encerrar relacionamento, expressar raiva/desagrado, pedir mudança de comportamento e lidar com críticas;
HS empáticas: parafrasear, refletir sentimentos, expressar apoio;
HS de trabalho: coordenar grupos, falar em público, resolver problemas, tomar decisões e mediar conflitos, habilidades sociais educativas;
HS de expressão de sentimento positivo: fazer amizade, expressas a solidariedade, cultivar o amor.

Alguns aspectos importantes a serem considerados na análise das habilidades sociais e da competência social:
A competência social é situacional, ou seja, uma pessoa pode ser altamente competente em uma situação, porém não em outra. Um escore de habilidades sociais refere-se a um conjunto de desempenhos que ocorre em diferentes situações, sendo importante, portanto, examinar os tipos de situações em que a pessoa apresenta maior ou menor dificuldade. Os fatores identificados no IHS foram definidos situacionalmente com subgrupos de habilidades sociais. Portanto, um escore de habilidades sociais não pode ser tomado como “traço de personalidade”, mas como indicador do repertório do indivíduo em uma amostra de situações.
A competência social, como constructo avaliativo, está sujeita aos valores e normas da cultura. Por isso, diz-se que as habilidades sociais são culturalmente determinadas, embora se possa (e se deva) lembrar que alguns valores e direitos (à vida, à dignidade e à igualdade entre os seres humanos) a elas associados são transculturais. Quando uma cultura ou um subgrupo nega ou infringe esses direitos, o exercício da assertividade pode até ser avaliado negativamente, porém, esse exercício é importante também para estabelecer novos parâmetros culturais de avaliação.
As habilidades sociais são aprendidas, de forma não sistemática (mais comumente) e sistemática, nas relações interpessoais com as outras pessoas. No primeiro caso, os pais, o círculo de amigos, o cônjuge, os colegas de trabalho e a mídia em geral são importantes agentes de promoção (ou de restrição) do repertório de habilidades sociais. No segundo caso, elas podem ser aprendidas por meio de Programas de Treinamento de Habilidades Sociais, tanto terapêuticos como preventivos.
Conforme a própria definição, a existência de um repertório elaborado de habilidades sociais é condição necessária, mas não suficiente, para um desempenho socialmente competente. Além da experiência da aprendizagem, há ainda um conjunto de fatores pessoais (pensamentos, sentimentos, valores pessoais, atribuições, crenças, planos e metas) que podem facilitar ou dificultar o exercício desse repertório em uma situação social dada. Tanto as falhas de aprendizagem como os fatores pessoais podem requerer atendimento especializado para reconstituição da competência social.
Um desempenho social pode ser analisado como seqüência de comportamentos de um indivíduo em relação a outro (s) indivíduo (s) ou pode também ser decomposto em unidades de comportamento. Cada unidade pode ser chamada de componente molecular e a seqüência de morar. Teoricamente, qualquer desempenho pode ser decomposto em unidades menores. Por exemplo, a habilidade de “lidar com críticas” pode ser compreendida como um desempenho molar que se compõe de unidades moleculares, tais como: prestar atenção, concordar ou discordar, esclarecer, pedir ou dar feedback, entre outras. Cada uma dessas unidades (moléculas) pode, igualmente, ser analisada em seus componentes. Por exemplo, “ouvir com atenção” inclui como componentes uma determinada postura, contato visual e expressão facial, que passa a ser moleculares quando se examina esse desempenho.

A avaliação das habilidades sociais: instrumento e procedimentos
Um desempenho social pode ser considerado como uma seqüência e sobreposição de componentes comportamentais, cognitivo-afetivos e fisiológicos com que reagimos diante de uma demanda social. Os critérios de funcionalidade estão associados a inúmeras características pessoais (idade, sexo, escolaridade, condição de saúde, papel social, entre outros), situacionais (principalmente local e interlocutores) e culturais (normas, valores e regras) que determinam padrões para as reações consideradas socialmente competentes. Competência social e habilidades sociais são, portanto, conceitos multidimensionais e sua avaliação deve considerar essas diferentes dimensões.
Em geral, os procedimentos de avaliação de habilidades sociais incluem a aplicação de auto-relato, a condução de entrevistas, a observação em situações naturais ou estruturadas e outros instrumentos e procedimentos de coleta de dados. Dada a multidimensionalidade do conceito de habilidades sociais e dos critérios de competência social, muitos autores têm considerado esses procedimentos complementares em uma avaliação mais refinada.
Os inventários de auto-relato têm sido amplamente utilizados por sua simplicidade e facilidade, permitindo um bom conhecimento do repertório de habilidades sociais das pessoas. Além de fornecer indicadores sobre o próprio repertório de habilidades sociais, os inventários de auto-relato podem revelar aspectos da autopercepção e da auto-estima do indivíduo no campo das relações sociais.
A maioria dos inventários de auto-relato de habilidades sociais, atualmente disponíveis, foram elaborados em contextos norte-americanos e europeus e, em geral, apresentam escassas informações sobre suas propriedades psicométricas. Considerando esses aspectos e também a dimensão cultural das habilidades sociais, a aplicabilidade desses instrumentos em nosso meio fica bastante comprometida.
O IHS foi elaborado, testado e validado por um grupo de pesquisadores em vários estudos e aplicações nos últimos anos (Del Prette, Del Prette & Barreto, 1998; 1999; Bandeira, Costa, Del Prette, Del Prette & Gerk-Carneiro, 2000).
O IHS é um instrumento de auto-relato para aferir o repertório de habilidades sociais usualmente requerido em uma amostra de situações interpessoais cotidianas. É de fácil aplicação e tabulação, permitindo uma identificação inicial das classes e subclasses de habilidades sociais que se caracterizam como deficitárias ou como recursos disponíveis no repertório do respondente.
Suas características principais são: a) diversidade de situações apresentadas nos itens coerentemente com o conceito de habilidades sociais, que se agrupam em classes gerais de desempenho indispensáveis para relações satisfatórias bem sucedidas; b) características psicométricas bastante favoráveis; c) facilidade de uso, com apenas 38 itens e aplicação prevista para no máximo 30 minutos.
Quanto aos dados psicométricos foram efetuados estudos de análise de itens (correlação item total e índices de discriminação), consistência interna (Alfa de Cronbach = 0.75), teste-reteste com o Inventário de Rathus (r=0.71, p=0.01) e outros estudos indicando validade e confiabilidade da escala. A análise fatorial revelou uma estrutura de cinco fatores que reunem habilidades sociais de: 1) enfrentamento/auto-afirmação com risco; 2) auto- afirmação de afeto positivo; 3) conversação e desenvoltura social; 4) auto- exposição a desconhecidos; 5) situações novas, autocontrole da agressividade.
O escore total e os escores de cada fator, obtidos no grupo amostral, foram convertidos em percentis para o sexo masculino e feminino. Com essa informação é possível comparar o resultado de qualquer indivíduo com os escores do grupo de referência deste estudo.
O material consiste de: Manual com introdução teórica na área e instruções para aplicação, avaliação e apuração do IHS-Del-Prette, Caderno de aplicação com itens e Folha de Resposta, Crivos e Tabelas de Apuração e Interpretação. A aplicação pode ser Individual e/ou coletiva. Não há limite determinado de tempo. Estima-se em 30 minutos.

Fator 1: enfrentamento/auto-afirmação com risco
Indica o repertório do respondente em habilidades de enfrentamento com risco, ou seja, a capacidade de lidar com situações interpessoais que demandam a afirmação e defesa de direitos e auto-estima, com risco potencial de reação indesejável por parte do interlocutor (possibilidade de rejeição, de réplica ou de oposição). Em outras palavras, é um indicador de assertividade e controle da ansiedade em situações como: devolver mercadoria defeituosa, discordar do grupo, lidar com críticas injustas, fazer pergunta a conhecidos, declarar sentimento amoroso, discordar de autoridade, falar a público conhecido, cobrar dívida de amigo, manter conversa com desconhecidos, abordar para relação sexual, apresentar-se a outra pessoa.

Fator 2: auto-afirmação de afeto positivo

Indica o repertório do respondente em habilidades de auto-afirmação na expressão de afeto positivo, ou seja, suas habilidades para lidar com demandas de expressão de afeto positivo e de afirmação da auto-estima, que não envolve risco interpessoal ou apenas um risco mínimo de reação indesejável. Como: agradecer elogios, elogiar familiares, participar de conversação, expressar sentimento positivo, defender outrem em grupos, elogiar outrem.

Fator 3: conversação e desenvoltura social
Reúne habilidades de conversação e desenvoltura social, retratando a capacidade de lidar com situações sociais neutras de aproximação (em termos de afeto positivo ou negativo), com risco mínimo de reação indesejável, demandando principalmente “traquejo social” na conversação. Um alto escore nesse fator supõe bom conhecimento das normas de relacionamento cotidiano para o desempenho de habilidades, tais como: encerrar conversação, pedir favores a colegas, manter conversação, reagir a elogios, recusar pedidos abusivos, encerrar conversa ao telefone, abordar autoridade.

Fator 4: auto- exposição a desconhecidos
É um indicador de habilidades sociais de auto-exposição a desconhecidos ou situações. É semelhante ao fator 3, porém com maior risco de reação indesejável do outro. Como: fazer pergunta a desconhecido, pedir favores a desconhecido, falar a público desconhecido, falar a público conhecido.

Fator 5: Autocontrole da agressividade
Avalia as habilidades de autocontrole da agressividade em situações aversivas, ou seja, a capacidade de reagir a estimulações aversivas do interlocutor (agressão, descontrole) com razoável controle da raiva e da agressividade. Não significa deixar de expressar desagrado ou raiva, mas fazê-lo de forma socialmente competente, pelo menos em termos de controle sobre os próprios sentimentos negativos. Como em situações de: lidar com crítica dos pais, ou lidar com chacotas. Nesse fator foi identificado um item negativamente correlacionado com os outros dois: cumprimentar desconhecidos. Essa habilidade expressa uma característica interpessoal importante para muitas demandas interpessoais, a extroversão, mas também poderia refletir a impulsividade incompatível com a calma e o autocontrole avaliados nesse fator.


3 comentários:

Natália Beatriz disse...

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Anônimo disse...

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